sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

SOS Rio de Janeiro: Como ajudar


Este post é para falar da tristeza que acontece no Rio de Janeiro. A imagem da senhorinha sendo resgatada do meio das águas que destruiam sua casa, agarrada ao seu cachorro que não conseguiu salvar, não sai da minha cabeça. Ela havia perdido tudo e mesmo em perigo extremo, estava ali, tentando salvar um dos seus animais de estimação, do qual lembrou com pesar, no dia seguinte, ao ser entrevistada.


Os vizinhos desta senhora fizeram o possível e ela se salvou, mas tudo que ela tinha, até os bichinhos, foram arrastados pela fúria da natureza. Impossível ver uma cena destas e não ficar com os olhos cheios de lágrimas.

Havia publicado aqui em 2008, na época das enchentes de Santa Catarina, um texto sobre a força chamada solidariedade: diz-se que há alguns anos, durante uma enchente que assolou a Argentina, um anônimo escreveu:



"Eu tinha medo da escuridão, até que as noites se fizeram longas e sem luz

Eu não resistia ao frio facilmente, até passar a noite molhado numa laje

Eu tinha medo dos mortos, até ter que dormir num cemitério

Eu tinha rejeição por quem era de Buenos Aires, até que me deram abrigo e alimento

Eu tinha aversão a Judeus , até darem remédios aos meus filhos

Eu adorava exibir a minha nova jaqueta, até dar ela a um garoto com hipotermia

Eu escolhia cuidadosamente a minha comida, até que tive fome

Eu desconfiava da pele escura, até que um braço forte me tirou da água

Eu achava que tinha visto muita coisa, até ver meu povo perambulando sem rumo pelas ruas

Eu não gostava do cachorro do meu vizinho, até naquela noite eu o ouvir ganir até se afogar

Eu não lembrava os idosos, até participar dos resgates

Eu não sabia cozinhar, até ter na minha frente uma panela com arroz e crianças com fome

Eu achava que a minha casa era mais importante que as outras, até ver todas cobertas pelas águas

Eu tinha orgulho do meu nome e sobrenome, até nos tornarmos todos seres anônimos

Eu não ouvia rádio, até ser ele que manteve a minha energia

Eu criticava a bagunça dos estudantes, até que eles, às centenas, me estenderam suas mãos solidárias

Eu tinha segurança absoluta de como seriam meus próximos anos, agora nem tanto

Eu vivia numa comunidade com uma classe política, mas agora espero que a correnteza tenha levado embora

Eu não lembrava o nome de todos os estados, agora guardo cada um no coração

Eu não tinha boa memória, talvez por isso eu não lembre de todo mundo

Mas terei mesmo assim o que me resta de vida para agradecer a todos

Eu não conhecia você, agora você é meu irmão

Tínhamos um rio, agora somos parte dele

É de manhã, já saiu o sol e não faz tanto frio

Graças a Deus, vamos começar de novo."

Que Deus ajude toda aquela população a se reerguer.

E se você puder ajudar, aqui tem todas as informações sobre como você pode doar alimentos, roupas e dinheiro para estas pessoas, que precisam, mais do que nunca, do apoio de todos os brasileiros.
 
Fonte: Garotas Modernas

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